Acredito que até existam boas universidades privadas em Portugal, onde o nível de ensino/aprendizagem seja bom e onde as avaliações são justas, mas não as conheço. Por outro lado conheço bem os exames de matemáticas e físicas que são dados nalgumas destas privadas, bem como as suas correcções e correspondentes notas atribuídas.
Conheço até um caso muito “giro”. Quando entrei para a FCUP conhecia uma colega do curso de Matemática que em 3 anos conseguiu fazer umas 10 cadeiras (aproximadamente) e com as chamadas notas “rés-vés, passas com dez”. Ao fim desses 3 anos, e vendo que naquele ritmo não conseguiria terminar o curso já que o pior ainda estava para vir, decidiu mudar-se para a Lusíada, para o curso de Matemáticas Aplicadas. Teve equivalências suficientes para ter o primeiro ano da licenciatura já concluído. Deixei de ter contacto regular com ela mas lembro-me da última vez que a vi, cartolada, na queima das fitas há uns anos.
–Já cartolada?
–Sim! Aquilo lá é com uma perna atrás das costas. Fiz os últimos 3 anos com média de quase 17. O secundário era mais complicado.
A conversa ficou-me bem gravada na memória porque, garanto-vos, o choque não foi pequeno. O que vale é que era queima e não faltava sítio para afogar os pensamentos que se me atravessavam na altura.
A primeira pessoa que me disser que a diferença estava na qualidade dos professores, que o conteúdo era o mesmo e que a formação e grau de exigência eram iguais, merece -como se diz em bom Português- uma coça valente.
Por mim, e muito honestamente, abolia-se o ensino facilita… perdão, privado.
Concordo com o Vadum completamente. Acho que não se deve generalizar, seja em que casos for, público ou privado. Eu estudei numa faculdade privada porque era das poucas que tinha o curso que queria e foi um esforço que consegui realizar. O ensino não foi facilitado por ser privado, longe disso. Tive foi a hipótese de entrar no ensino superior, já que pela via pública não consegui. Mas suei as estoupinhas para acabar a licenciatura, isso sem dúvida! E agora, na procura de emprego, posso sofrer o estigma de ser “aluno de uma privada”. Portugal é mesmo o país dos rótulos e das generalizações…Isso é redutor e extremamente injusto.
Abraço
Cada vez mais se ouvem relatos deste género, e eu, formado numa Universidade privada (o Isla de Vila Nova de Gaia), fico extremamente triste e ao mesmo tempo revoltado!
Se por um lado, acho gravíssimo estes acontecimentos, também por outro, penso que não se deve generalizar.
Como em muitas outras situações do dia-a-dia, paga o justo pelo pecador.
No final, só consigo pensar numa coisa: “se não fizer formação académica numa Universidade pública, arrisco-me a nunca conseguir emprego”.
Assim sendo, cada vez mais me parece bem, “completar” o meu CV com formação académica extra.
E assim vai o Ensino Superior em Portugal…
No fim de contas se calhar é injusto para aqueles que se formam em universidades publicas com piores médias e depois são ultrapassados na procura de emprego por pessoas vindas de privadas com essas fantásticas médias de 17, que nem elas devem saber muito bem como as conseguem… e que quase de certeza não conseguiriam na universidade publica. Claro que não se deve generalizar, mas eu nunca ouvi falar de cursos universitários privados dificeis… é uma questão de negócio!
Livra que isto era quase homeschooling. Será que o rapaz não podia ter “feito” o exame em casa e ir lá entregar depois do almoço? Também não facilitam um bocadinho.
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